Lembro quando as ofertas de emprego eram feitas
exclusivamente pelos classificados dos jornais impressos. Hoje com tanta
tecnologia, a internet dá sua contribuição para quem procura uma oportunidade
no mercado de trabalho – são sites de agências, publicação de vagas, redes
sociais, entre tantos outros recursos.
Infelizmente tanta diversidade não é garantia de qualidade e
coerência. Algumas vezes, beiram o bizarro. Navegando pela internet, encontrei
um anúncio de emprego procurando por uma repórter para acompanhar a seleção
brasileira de futebol durante a Copa de Futebol em 2014. Até aí tudo bem. O
mais surpreendente foi um dos pré-requisitos: “A jornalista/repórter precisa
ser extremamente linda e carismática”.
Seleção para Jornalista - Reprodução da internet
Quando ingressamos na faculdade ninguém nos diz que beleza é
item necessário para qualquer carreira, correto? Imagine, se a candidata passa
no vestibular para Jornalismo e não pode se matricular porque não é
extremamente linda? Concordo que uma boa aparência deve ser levada em conta
para trabalhar como repórter de televisão, mas não é imprescindível. Afinal, beleza não é um
conceito unânime e nem objetivo, apesar de o poeta considerar fundamental....
Talvez a única coerência do texto seja pedir uma candidata
formada em Jornalismo para cumprir a atividade de repórter. Frequentar quatro
anos de faculdade, aprender o que é lead,
semiótica, teoria da comunicação, ética, fazer trabalho de conclusão e conquistar
o tão sonhado diploma para trabalhar regularmente não faz sentido, pelo menos
para o Supremo Tribunal Federal desde 2009.
Apesar de o anúncio discriminar as pessoas com padrões de beleza dentro normal, segundo o
site, a vaga publicada em 04 de julho, já foi preenchida.