terça-feira, 8 de novembro de 2011

Suportando o suporte....

Depois da minha experiência com o atendimento da Mcafee – que não resolveu meu problema com o antivírus fabricado pela empresa e se trata de um programa pago – decidi contar minhas experiências com os suportes e/ou atendimento ao cliente fornecido por algumas empresas.

1- Mcafee: o suporte sempre “lamenta” que você tenha um problema, mas não resolve. No meu último atendimento, o técnico percebeu que a situação era séria e recomendou que meu caso fosse “elevado ao nível superior de suporte”. Nunca mais responderam ao contato e decidi remover o antivírus pago do meu computador e trocá-lo por um gratuito. O meu equipamento voltou a funcionar normalmente e vai bem, obrigada.
2- Microsoft: como meu Windows Vista é original, tentei resolver com o assunto do computador com o fabricante do sistema operacional. Até então achava que o problema era relacionado com as atualizações do Vista, mas o atendente me convenceu que o problema era o antivírus. O atendimento é rápido, não usa respostas prontas e tenta dar alternativas para ajudar, recomendado se seu software for original.
3- Telefônica: mesmo que você não seja cliente, pode ser atendido pelo telefone 103-15. Comecei a receber diariamente ligações gravadas cobrando as contas de uma cliente anterior, chamada Gabriela Fernanda. Entrei em contato algumas vezes e não consegui ser atendida. Ontem, depois de alguma espera, consegui registrar meu protocolo da reclamação. As opções são selecionadas pela fala do usuário ao invés de teclar um número e nem sempre são entendidas pelo maldito programa de reconhecimento de voz. Prepare-se para passar raiva.
4- NET: a TV digital da empresa chegou a Araraquara há pouco mais de um mês, mas uma atendente já tinha programado a instalação do equipamento digital faz uns quatro meses. Quando liguei cobrando a visita agendada, outra funcionária disse que a pessoa que falou comigo anteriormente tinha se confundido.... Semanas atrás voltei a fazer contato para instalação do equipamento digital, mas como a atendente disse que mudaria todo meu plano, desisti e só registrei uma reclamação, pois o canal Band Sports havia sumido sem aviso. A informação recebida era que esse canal não fazia parte do meu plano, mas, misteriosamente, ele voltou dois dias depois dessa ligação.
5 – Vivo: se você conseguir ser atendido discando *8486 do seu celular, me avise para que eu possa emitir minha opinião. Faz meses que tento obter informações sobre planos para Smartphones e não consigo conversar com ninguém.... eu canso da maldita música de espera e desligo.
6- Caixa Econômica Federal: depois de falar com três atendentes consegui descobrir que o Internet Explorer 9 não é compatível com o Internet Banking. A sugestão do atendente era para que eu retornasse à versão anterior, pois eles não têm previsão de suporte para a nova versão. Se eu quiser saber das minhas movimentações tenho que usar fax ou emprestar o computador da minha mãe que tem o IE 8.
7- Santander: tive um problema com lançamento triplicado em minha conta corrente que não foi resolvido pelo Supermercado causador do problema. Depois de fazer contato com o atendimento do banco, os valores indevidos foram estornados no dia seguinte. Em outra situação com um pagamento em débito automático não realizado também fui bem orientada e atendida rapidamente. Recomendo.
8- CPFL Paulista: nem sempre o atendimento via 0800 funciona como deveria. Alguns funcionários dão respostas vagas ou não resolvem seu problema, pedem para que você compareça a uma agência ou posto de atendimento em sua cidade. O serviço pela internet costuma ser mais ágil, mas nem sempre está disponível.
9- Mercado Livre: já tentou comprar ou vender alguma coisa pelo site? Se sua resposta for não, recomendo conhecer um pouco mais a respeito. Já realizei vendas e comprei utilizando o Mercado Livre e fiquei muito satisfeita. O atendimento é rápido e funciona bem, mas recomendo que sejam sempre analisadas as qualificações dos vendedores ou compradores.
10- Dell: os equipamentos fabricados têm qualidade e são conhecidos mundialmente, mas o atendimento pós-venda brasileiro é muito ruim. Alguns produtos podem demorar mais que o previsto para chegar, nunca você vai ter uma resposta satisfatória e só vai restar esperar. Caso queira agilidade, compre sempre em uma loja qualquer de varejo, nunca direto do fabricante.
11- Nokia: o atendimento via telefone é bom, os funcionários são atenciosos, mas se você tiver que enviar seu equipamento para a assistência técnica pode ficar um tanto frustrado. Meu celular parou de funcionar 10 dias depois da compra e foi para o reparo duas vezes, na primeira, voltou do mesmo jeito e só resolveram o problema na segunda vez. Agora está tudo funcionando perfeitamente, espero que continue assim.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Coisas que só encontramos em Araraquara

Desde a minha infância nunca criei raízes em qualquer lugar, sempre mudando de uma cidade para outra por causa da minha família, primeiro foram por causa de problemas de saúde, depois por causa de mudança de emprego do meu pai, depois por causa de estudos. Enfim, moro em Araraquara efetivamente desde 1999, apesar da mudança de minha família ter acontecido em 1995.
Confesso que não escolhi a cidade por livre e espontânea vontade, mas já que estou aqui há algum tempo, notei que várias coisas só acontecem ou existem em Araraquara:
1- coxinha de Bueno de Andrada: quem mora ou visita regularmente a cidade já deve ter ouvido falar do famoso salgado que se tornou conhecido depois que o escritor araraquarense Inácio de Loyola Brandão escreveu um artigo falando sobre o distrito e seu delicioso petisco. O lugar por si só já vale uma visita: um pequeno lugar, cortado pela linha férrea, com uma praça em que são vendidas as deliciosas “coxinhas douradas”. Se não fosse pelo grande movimento aos finais de semana, poderíamos dizer que ali o tempo não passa, lembrando aquelas pequenas cidades do interior.... Além da coxinha tradicional de frango, a Mercearia do Freitas (onde dizem que é vendida a original), também comercializa outros sabores. Preços a partir de R$ 2,00, funciona de terça-feira a domingo, inclusive aos feriados.
2- sorvete de creme suíço do Kawakami: nunca tinha ouvido falar de sorvete de creme suíço, conhecia de creme, creme holandês, entre outros, mas esse só aqui em Araraquara. Quem vai a qualquer uma das sorveterias Kawakami pode encontrar a iguaria por lá. Basicamente o gosto parece de alguma coisa misturada com açúcar queimado, mas é muito bom.  A receita é segredo de família. Se quiser variar, a Vaca Preta (sorvete com Coca-Cola) feita com creme suíço é muito boa. Vale a pena conferir.
3- pôr do sol: eu odeio climas quentes, como aquele que encontramos aqui na famosa “Morada do Sol”, mas o final do dia é um momento mágico, com imagens só encontradas por aqui. Em qualquer lugar da cidade a vista é linda e capaz de gerar fotografias bem interessantes.
vista do pôr do sol em Araraquara (Vila Sedenho)
4- cheiro de laranja: tem gente que reclama do cheiro de laranja que sentimos quando estamos chegando a Araraquara, principalmente vindo pelas rodovias que passam próximas à conhecida fábrica de suco e outros subprodutos da laranja. Em dias que o clima está mais úmido ou anunciando chuva, o cheiro toma conta da cidade. Sinceramente, muito melhor o cheiro de laranja do que outros característicos de cidades cercadas por usinas de açúcar e álcool.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O péssimo atendimento da Mcafee

Depois de um bom tempo sem acesso ao blog devido a problemas com o antivírus do meu computador, voltei, emprestando o notebook do meu noivo. Sinceramente, estou decepcionada com o suporte da Mcafee, que não resolve um problema no programa vendido por eles.
Sempre fui extremamente cuidadosa em questão de tecnologia, especialmente em segurança. Desde o meu primeiro computador tive o cuidado de ter um antivírus instalado e funcionando corretamente. Naquela época ganhei do meu pai uma assinatura do Norton e depois que ela expirou, a renovação ficou cara, resolvi apelar aos gratuitos.

Na época eu era assinante de uma revista de informática e descobri muita coisa boa de graça, o único problema, era a falta de atendimento.

Durante anos fui usuária do AVG, um antivírus gratuito e que até ano passado funcionou bem no meu computador. O problema foi quando uma praga virtual foi detectada no sistema e ele não resolveu.

Na época, o pessoal do site “Linha Defensiva” me ajudou na limpeza do computador e tudo voltou ao normal. A partir daí resolvi investir em um programa pago, para ter suporte, mas quase dois anos depois, vejo que não é bem assim.

Faz algumas semanas, o antivírus da Mcafee parou de atualizar e depois de vários avisos informando problemas de segurança, resolvi procurar o atendimento da empresa. No primeiro atendimento fui obrigada a baixar uma ferramenta chamada “virtual techinician”, que, teoricamente identificaria e corrigiria o problema, o que não acontece. Entrei em uma sessão via chat, mas recebi instruções para desinstalar o programa e reinstalá-lo por e-mail. Já se passou mais de uma semana e ainda estou sem o programa instalado no computador, totalmente vulnerável.

Hoje fiz mais um contato, mas a atendente (novamente) não resolveu, mandou mais um e-mail com várias instruções que não vão solucionar o problema. Provavelmente não recomendaria esse programa para qualquer pessoa devido ao atendimento tão ruim. Além do mais, a impressão que dá é que estou sendo atendida por algum estrangeiro (mexicano, colombiano ou qualquer outro lugar da América Latina), que copia e cola respostas prontas.

Apesar de não exercer a profissão, cursei quatro anos do curso de Tecnologia em Informática e sei que alguns problemas em computadores não podem ser tratados de forma tão simplória ou mesmo baseando-se em respostas prontas. Nem sempre um liga e desliga ou mesmo uma reinstalação vai fazer tudo voltar a funcionar como antes... o problema é que o atendimento da Mcafee parece ignorar isso.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que, Renato????

11 de outubro de 1996, horário de almoço, o telefone toca na casa dos meus avós em Mineiros do Tietê/SP, onde eu morava desde julho do ano anterior. Era o dia do meu aniversário de 19 anos e era o segundo longe de casa, desde que eu havia iniciado o curso de Tecnologia em Informática. Do outro lado da linha minha mãe me cumprimentava por mais um ano de vida e em seguida, minha irmã pega o telefone e logo dispara: “Você viu quem morreu? Renato Russo...”

Depois da notícia, não me lembro de muita coisa, nem se ela me deu os parabéns pelo aniversário. Parecia que um buraco havia sido aberto embaixo dos meus pés... Quem me conhece sabe que a Legião Urbana sempre foi a minha banda favorita e a morte de Renato Russo no dia do meu aniversário, ainda soa como algo inexplicável.

Quando conheci meu noivo e disse sobre minha data de nascimento, a indagação veio rápida: “Você faz aniversário no mesmo dia em que Renato Russo morreu?”.

Por que, Renato? Por que Renato Russo resolveu deixar este mundo bem no dia do meu aniversário?

São passados 15 anos desde aquele telefonema e todo ano é sempre a mesma coisa, o mesmo vazio. Daria para cancelar meu aniversário? Daria para esquecer que mais um ano se passou? Impossível....

No domingo a MTV exibiu especiais em comemoração. Além do show acústico, algumas entrevistas e clipes foram capazes de me levar para longe.

Cresci ouvindo Legião, fui criança e adolescente que adorava aquelas letras tão especiais. Nunca um letrista conseguiu ir tão longe atingindo o coração das pessoas, cantando a vida vivida de forma tão plena, tão sofrida, tão real. O som dos caras era bom, mas não era nada de outro mundo. Como Renato disse na gravação do acústico, era possível “tocar 53 sucessos com apenas 3 acordes” – a simplicidade fazia a diferença.

Nunca tive um vinil da banda, comecei minha coleção de CD’s com “A Tempestade”, ouvido à exaustão naquele final de 1996. A tristeza daquelas músicas tinha tudo a ver com o meu momento longe de casa e com tantas dificuldades enfrentadas na época. Lembro de ter ficado doente e igual à música “A Via Láctea”, com uma febre que não passava....

Vieram outros lançamentos póstumos, que eu também comprei, assim como os discos anteriores remasterizados em CD. Tinha também o livro “O Trovador solitário”, que desapareceu misteriosamente de casa.

Já na faculdade de comunicação, na disciplina de Rádiojornalismo (2004), consegui convencer meu grupo a fazer um programa especial sobre a Legião Urbana, com direito à gravação de uma banda cover, mas por motivos inexplicáveis, o pessoal que cuidava da parte técnica das aulas fez esse material desaparecer, sem direito a cópia de segurança ou coisa parecida.

A morte de Renato decretou o fim da banda, mas como já disse em outra postagem, as canções são eternas. Gostaria que meus filhos – se um dia puder tê-los – conhecessem o que havia de bom na música brasileira. Vou continuar guardando meus CD’s para que alguém possa herdá-los e descobrir o que é bom, o que são canções para o coração e a alma.

O fato é que daqui um ano farei a pergunta novamente e assim será até o fim da minha vida: “Por que, Renato?”

Força sempre!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Bullying: eu sobrevivi

Faz alguns anos, escrevi uma matéria sobre “bullying” para o Jornal Info Cidades, onde trabalhei por poucos meses no ano de 2005 nos tempos em que cursava a faculdade de Jornalismo. Dias atrás encontrei o texto no site (ainda disponível em http://www.infocidades.com.br/index.php?id=445) e fazendo uma leitura do escrito há seis anos, percebi como o tema continua mais atual do que nunca e pouca coisa mudou desde enttão.
Quando entrevistei Cleo Fante, que na época estava publicando a segunda edição do livro “Fenômemo Bullying”, não conseguia relacionar o conceito com aquilo que eu havia vivido na minha adolescência, simplesmente quis passar a informação aos leitores, explicando as causas e consequências daquela violência. Mas hoje, posso dizer que também fui vítima do bullying e sobrevivi a ele.
Quando temos notícias envolvendo bullying, geralmente são episódios trágicos, aonde a vítima chega ao extremo de cometer e/ou tentar assassinatos e suicídio, mas a maioria não acaba assim, felizmente.
Outro dia, assisti na TV uma matéria falando a respeito do perfil dos agredidos e me enquadrei em alguns deles, afinal, eu era uma das melhores alunas da sala, extremamente magra, baixinha, usando óculos e depois aparelho ortodôntico... se em 2011 as pessoas ainda tiram sarro e zoam com gente assim, imaginem há 20 anos?
Hoje, pensando friamente no que fui vítima, não tenho raiva dos agressores e das “brincadeiras” sem graça as quais era submetida, tenho pena. Grande parte deles são pais e mães, têm filhos que já frequentam ou irão em breve para a escola. Será que se um dia seus filhos chegarem reclamando do tratamento recebido pelos colegas, se lembrarão daquilo que faziam comigo e com outros? Provavelmente, não.
Infelizmente a escola onde estudei não tomava providências em relação ao bullying – que nem tinha este nome ainda – apesar de eu ter ido poucas vezes conversar com a diretora e contar o que eu passava. Como a sala de aula tinha muitos alunos, os professores nem tomavam conhecimento do que acontecia ali dentro, acredito que hoje ainda deva ser assim....
Só me livrei desse inferno quando resolvi ser forte e enfrentar aquilo que me atormentava. A partir do momento em que saí da posição de coitadinha indefesa, as pessoas passaram a me respeitar mais e mudei as regras do jogo. Não me orgulho do que vou contar (e nem recomendo), mas uma vez, fora da escola, cuspi na cara de um moleque que tirou sarro de mim por causa dos meus joelhos tortos. Depois disso, nunca mais o infeliz mexeu comigo, foi a minha “redenção”.
Graças a Deus, tudo isso não me fez que me tornasse um adulto problemático, muito pelo contrário. Consegui concluir duas graduações, trabalho, tenho minha vida pessoal resolvida e me considero normal, nunca tive vontade de matar aqueles que no passado me deram tantos problemas, mas agradeço por terem de dado a chance de ser forte. Obrigada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Música, música, música!

Depois de postagens sisudas, falando sobre saúde e o trânsito de Araraquara, resolvi escrever sobre amenidades desta vez. Mas não pense que o tema será vazio, muito pelo contrário, falaremos de música.

Se você ligou a televisão durante o último final de semana, provavelmente encontrou uma overdose de música. Primeiro foram as transmissões ao vivo do Rock in Rio, pelo canal pago Multishow, realizadas de sexta-feira até domingo e depois a programação da MTV comemorando o 20º aniversário do disco “Nevermind”, lançado pela extinta banda Nirvana em 24 de setembro de 1991.
Sou fã confessa de música boa, então pude aproveitar da melhor maneira meu final de semana e lembrar como eu gostava de Nirvana.
No início dos anos de 1990 eu era adolescente e adorava ouvir rádio quando estava em casa. Do horário em que eu chegava da escola até o final do dia, o aparelho de som ficava ligado. E foi nessa época em que eu conheci o som do Nirvana. Sinceramente, não me lembro qual foi a primeira canção da banda que eu ouvi, gostava de todas, mas minha favorita desde aquela época é “Lithium”.
Eu quase cheguei a ganhar o famoso disco - sim, de vinil! - Nevermind, mas acabei ficando com o “Black Album”, do Metallica. Lembro de ter pedido o disco para meus pais e ainda fiz questão de frisar que era “aquele com o bebê nadando na capa”, não tinha como errar, mas o álbum estava em falta e ganhei o disco do Metallica, que, diga-se de passagem, também é maravilhoso.
A programação da MTV me fez lembrar como certas canções são eternas. Um dos programas que assisti foram os bastidores do “Unplugged”, gravado pela MTV Americana em 1993 e lançado meses após o suicídio do vocalista em abril de 1994. Com os comentários dos produtores é possível ter ideia que algo de ruim estaria para acontecer, desde a decoração do estúdio com velas e lírios até inclusões de canções que não eram da banda. A música “Where did you sleep last nigth?”, que encerra as gravações do programa traz uma interpretação intensa, quase visceral de Cobain. Quem não conhece, pode encontrar o vídeo no Youtube clicando aqui.
Durante os intervalos da MTV e voltando para 2011, o Rock in Rio continua rolando na minha televisão. Graças à maravilhosa TV paga, pude assistir aos shows que pude aguentar, diretamente da minha sala e sem gastar um tostão a mais por isso. O meu único limite era o sono, que, infelizmente, não permitiu que eu visse o show do Metallica na madrugada de segunda-feira, Elton John no sábado e Red Hot Chilli Pepers no domingo... Na próxima quinta-feira, o festival volta à telinha da minha TV e será que vou conseguir ver a apresentação do Cold Play e Guns n’ Roses? Esses provavelmente, não, mas tem muita gente boa tocando cedinho, enquanto eu fico acordada......

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Transito ruim? Conheça Araraquara....

Se você acha o trânsito de sua cidade ruim, é melhor conhecer Araraquara e tirar suas próprias conclusões. Não é preciso usar de matemática ou estatísticas para saber onde estão os problemas, basta sair às ruas, usando qualquer meio de transporte ou mesmo a pé.

Sejamos razoáveis, uma cidade que hoje tem mais de 200 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE, não desenvolveu uma estrutura que pudesse suportar de forma adequada e proporcional o aumento também no volume de veículos e trânsito. Claro que esse problema não acontece só por aqui, mas em muitos lugares o crescimento não foi planejado adequadamente e o tempo só faz as coisas piorarem. Além do mais, hoje em dia existem facilidades para a compra de qualquer veículo, financiamentos com prazos bem longos e juros relativamente baixos – qualquer um pode ter um carro ou motocicleta e contribuir para um trânsito cada dia mais caótico.

Pode até sobrar boa vontade do pessoal responsável pelo trânsito na cidade, mas ainda assim tem sido insuficiente. Muitas alterações só aconteceram depois de situações graves envolvendo mortes. Um exemplo é o cruzamento próximo de onde moro, entre a Rua Maurício Galli e a Avenida José Zilioli.

Há três anos e meio quando me mudei para a região, o risco de acidente era constante e aconteceram várias colisões no cruzamento. Lembro que cheguei a participar de um abaixo-assinado feito pelos vizinhos do local pedindo a instalação de semáforos, mas acontece que eles chegaram com atraso, somente depois de uma morte em abril deste ano.

A família da vítima fatal e moradores da região realizaram passeata protestando e em menos de um mês, mudanças foram feitas, semáforos instalados e cruzamentos fechados. (Só para lembrar, o abaixo-assinado foi feito em maio de 2008)

Sim, com os semáforos o trânsito ficou menos perigoso, mas será que você conhece algum cruzamento em que a luz vermelha feche o trânsito por quase dois minutos? Isso pode ser verificado por qualquer pessoa que esteja seguindo pela Avenida José Zilioli e tiver que parar no cruzamento com a Rua Maurício Galli. São exatamente um minuto e quarenta e sete segundos de espera, mas a duração da luz verde é de apenas 37 segundos para os carros. Seja sincero, você já viu isso em algum outro lugar? Para quem não conhece, a avenida mencionada é uma das entradas da cidade de Araraquara para quem chega de Américo Brasiliense.

Outro local de grande movimento e problemático é a Avenida Padre José de Anchieta, entrada da cidade para quem vem da zona Sul da cidade. Em maio deste ano foi instalado um dispositivo chamado “lombofaixa”, que é uma combinação de lombada e faixa de pedestres e deveria ajudar na travessia, mas pouca coisa melhorou.  Infelizmente são raros os motoristas que param e permitem a passagem das pessoas no local, além do mais, é possível perceber a falta da instalação de um semáforo, conforme foi divulgado na época pela imprensa.  Os postes e cabos nas calçadas e canteiro central denunciam o serviço não terminado.

Talvez o semáforo ali fosse desnecessário, afinal de acordo com Código de Trânsito Brasileiro, onde o artigo 70 trata sobre a travessia em locais com faixas ou passagens: “Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem”.  Mas como a educação do motorista araraquarense é limitada, em alguns momentos do dia, podem-se levar vários minutos para conseguir atravessar as duas pistas da Avenida Padre José de Anchieta.

Também não podemos deixar de falar sobre o “Balão das Roseiras”. Apesar dos semáforos instalados e sinalização indicando as faixas que o motorista deve seguir para alcançar seu destino, encontramos vários “espertinhos” que não respeitam as placas indicativas e tumultuam o trânsito querendo abrir passagem onde não é possível. Muitos passam no sinal vermelho seguindo sentido Fonte ou Selmi Dei, só porque a faixa para a Alameda Paulista está verde e ignoram que o próximo semáforo também estará fechado.

Possuo carteira de habilitação há mais de 10 anos, mas não me sinto preparada para dirigir em Araraquara, tenho medo. Como passageira ou pedestre presencio diariamente os mais improváveis absurdos no caminho do trabalho para casa ou aos finais de semana passeando. Tem momentos em que eu gostaria de ter um tanque de guerra para enfrentar o trânsito araraquarense, em outros imagino que o personagem Dick Vigarista vai aparecer em alguma esquina para tumultuar ainda mais nossas ruas, já tão complicadas... Transitar em Araraquara é uma aventura, quase como participar de uma edição da “Corrida Maluca”, onde todos trapaceiam e perdem.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Problemas crônicos da saúde

Na edição de hoje do “Jornal da EPTV”, a notícia de que um homem está em Araraquara esperando há seis meses para fazer uma ressonância no joelho (veja vídeo), não me deixou surpresa, mas revoltada. Qualquer pessoa que conviva diariamente com outros seres humanos já ouviu que fulano ou sicrano está esperando por um exame para diagnóstico faz algum tempo ou mesmo na fila por um simples atendimento médico. E não pense que essas situações acontecem apenas no sistema público de saúde, afinal, quem tem um convênio médico particular, também sofre.
Para quem ainda não sabe, a Constituição Federal Brasileira, de 1998, em seu artigo 196 diz que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

Se a Constituição Brasileira diz que a saúde é direito de todos, por que o araraquarense mencionado na reportagem continua sem atendimento, já que isso é dever do Estado? Infelizmente, muitos ainda desconhecem a legislação e, pior, não sabem como podem ser socorridos por meio dela. Se ele tivesse procurado a Justiça, provavelmente já estaria com o diagnóstico em mãos e em tratamento, mas como o povo brasileiro é “pacífico”, ele se resignou e continua esperando....
Em muitas situações o procedimento é simples, basta procurar um advogado que entrará com um mandado de segurança pedindo aquele exame, internação ou mesmo medicamento de alto custo que tenha sido negado pelo Estado. E quem não tem dinheiro para contratar um profissional, basta procurar a Defensoria Pública de sua cidade, que indicará um advogado conveniado para o atendimento de forma gratuita. O procedimento (quando comparado ao andamento de processos normais) é rápido, afinal, o que está em jogo é a saúde de uma pessoa, considerado um bem único e indispensável.

O que eu não entendo é a razão que os órgãos de imprensa evitam falar sobre essa solução jurídica para ter resguardado o direto à saúde. Na matéria da EPTV, em nenhum momento foi dito que o paciente teria essa alternativa. Ao contrário, apenas apareceu um entrevistado dizendo que mutirões de exames seriam feitos e que o problema do cidadão seria resolvido em dois meses. Seria receio de sobrecarregar o judiciário com pedidos relacionados à saúde esse correr o risco de percebermos que o acesso à saúde não é tão simples como deveria ser?
Lembro de uma ocasião em que o plano de saúde da empresa em que eu trabalhava, não cobriu um pedido de ressonância magnética feito pelo meu neurologista depois de diversas e repetidas crises de dor de cabeça insuportáveis que eu tive. Na época (se não me engano 2002), o convênio não dispunha de aparelho para ressonância na cidade, então se eu quisesse fazer o exame, teria que pagar o exame e fazer o procedimento em Ribeirão Preto ou Bauru. Como a situação era séria, conversei com o pessoal da empresa e qual não foi minha surpresa ao descobrir que o outro convênio da cidade (do qual eu não fazia parte) já tinha o aparelho e eu poderia fazer o exame aqui mesmo, pagando R$ 700,00, que acabaram sendo custeados pelo meu ex-chefe.

Infelizmente, nem todos têm a sorte de encontrar pessoas dispostas a assumirem ou dividirem a conta de um tratamento médico. Para esses, recomendo que busquem seus direitos acionando a Justiça. No portal do Ministério da Saúde você pode encontrar a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) – a última edição é de 2010 – e mostra uma lista de remédios para “doenças mais comuns” que podem ser obtidos gratuitamente. Se o seu tratamento não estiver nessa lista, por ser considerado “excepcional”, e ele deve ser solicitado ao sistema de saúde de sua cidade, e, se negado, obtido por via judicial. Os medicamentos excepcionais são indicados para tratar doenças crônicas e/ou tem uso contínuo e cujo valor do remédio ou do tratamento completo é muito caro. É o caso de pacientes com câncer, por exemplo.
Ajude a divulgar como é feita a obtenção de remédios e tratamentos gratuitos, sempre tem alguém precisando. Amanhã pode ser você.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O jornalismo não sai de mim....

O ano era 1992 e eu tinha entre 14 e 15 anos quando decidi que queria ser jornalista. Para quem já tinha sonhado de tudo – desde professora até marinheira – até que era razoável. O que ninguém nunca soube é que essa inspiração veio da personagem Leda, da atriz Silvia Pfeifer, na novela “Perigosas Peruas”. Apesar de poucas aparições da personagem trabalhando como jornalista, eu achava aquilo muito encantador e decidi que iria fazer comunicação quando terminasse o colegial (atual ensino médio) no final de 1994.

Determinada a realizar minha vontade, no final de 1994 prestei vestibular para Jornalismo na UNESP em Bauru, mas não passei. Sem dinheiro para fazer um cursinho preparatório, estudava sozinha e no meio do ano de 1995, resolvi fazer a prova da Fatec para Tecnologia em Informática, e, para minha surpresa acabei passando e decidi cursar. Naquela época nem tinha o comercial do Bradesco, mas pensei “vai que eu não passo em mais nada”. Cursei, me formei Tecnóloga em Informática, com habilitação na Gestão Financeira em 1999 e, ironicamente, depois de formada, meu primeiro emprego com registro em carteira foi na área administrativa/financeira no Jornal Tribuna Impressa, aqui em Araraquara, onde permaneci até 2005.

Mesmo trabalhando em outra área, não abandonei o sonho de adolescente e em 2003 comecei a fazer Jornalismo na Uniara. Terminei o curso no final de 2006, apresentando em grupo um documentário sobre a produção de Macunaíma por Mário de Andrade aqui em Araraquara, no longínquo ano de 1926.

Nunca consegui formalmente trabalhar com jornalismo desde a formatura. Fiz alguns trabalhos como free-lancer para uma revista durante dois anos. Visitava exposições de orquídeas e escrevia matérias para uma revista voltada ao público orquidófilo – tudo isso aos finais de semana e feriados – mas nunca ganhei dinheiro com isso.

Ainda assim, mesmo tendo que trabalhar fora da área de comunicação, nunca deixei que o Jornalismo saísse de dentro de mim, e prova disso é o blog que você lê agora. Sempre mantive a visão crítica, pesquisando e me informando a respeito do que acontece ao meu redor. Em todos os textos que escrevo aqui, quando tenho dúvidas, procuro checar informações, como datas e nomes para não cometer gafes desnecessárias.

Sexta-feira passada, (dia 19 de agosto), senti o espírito de jornalista crescendo dentro de mim quando li um artigo com informações desencontradas sobre a produção de Macunaíma. Imediatamente me senti na obrigação de escrever ao jornalista e dizer os equívocos que ele cometia em seu texto – especialmente por ter estudado quase dois anos o processo de produção e escrita dessa obra da Literatura Brasileira para fazer o documentário. Acontece que no site da publicação não havia nenhum email para contato, onde eu pudesse dar minha opinião a respeito do assunto. Resolvi deixar um comentário na página, mas não obtive resposta, agradecendo ou repelindo minhas considerações. Quem quiser ler o tal artigo, basta acessar o link http://www.simnews.com.br/exibe.php?id=22463&caderno=Cidade&subcaderno=Araraquarae logo abaixo estará meu comentário devidamente identificado.

Jornalismo é um ofício sujeito a erros como qualquer outro, o maior problema é quando temos consciência do correto e não fazemos nada. Que Jornalismo é esse da omissão e falta de informações seguras? O estamos transmitindo aos nossos leitores quando damos ênfase para fatos equivocados ou não confirmados?
E ainda a Justiça vem dizer que não é preciso de diploma para ser Jornalista.... mas isso já é outra discussão.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Saudades do Queen

Imaginem um domingo frio e enxaquecoso, onde eu estava em casa zapeando com o controle remoto quando me deparei com um show do Queen na MTV. Mesmo com a cabeça doendo um bocado, consegui assistir a um show gravado na Inglaterra em 1986 – que para mim poderia ter sido gravado ontem, caso Freddie Mercury ainda estivesse entre nós. Meu pensamento foi “uma pena não ter tido a oportunidade de ver os caras tocando ao vivo”.....

A primeira música que conheci da banda foi em 1985, quando tivemos a primeira edição do Rock in Rio e o irmão mais novo da minha mãe (meu tio é seis anos mais velho que eu), comprou o disco do festival. Para a criança de oito anos que eu era, aquele vinil na sonata soava como algo diferente e “Radio Gaga” passou a fazer parte da minha vida desde então.
Desde aquele momento, Freddie Mercury e sua banda começaram a aparecer na minha vida aos poucos. Um ano depois, estava eu no circo do meu falecido Tio Wilson Nogueira (o famoso palhaço Gira-Gira, casado com a irmã do meu pai), dançando “I was born to love you” apenas com a minha prima Guacira e a Téia, pois minha irmã tinha torcido o pé no começo de nossa “performance”. Era a primeira vez que eu pagava um mico tão gigantesco e justamente ao som do Queen.
Infelizmente Freddie nos deixou em 1991. Tempos depois, apareceu em casa uma fita (daquelas piratas, vendidas pelos camelôs), do álbum Greatest Hits II e me dava ânimo ao ouvir tudo aquilo que me acompanhava desde 1985. Restaram CDs, DVDs, shows gravados, mas nunca mais veremos Freddie tocar junto com seus três companheiros de banda. Não tive a oportunidade de vê-los tocando ao vivo, mas ainda bem que existem as gravações.
E incrível a iniciativa da Volksvagen no comercial do novo Fox, tocando “Bohemian Rapisody”, aqueles bigodinhos nem precisam de maiores comentários.... Para quem conheceu a música dos caras por causa do Rock in Rio em 1985, chega a ser nostálgico.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Breve viagem tecnológica

Ontem vi uma reportagem sobre o aumento na venda de computadores no Brasil e, de repente, voltei no tempo, mais exatamente para 1995 quando ingressei no curso superior de Tecnologia em Informática. Lembrei que naqueles tempos, computador era quase um artigo de luxo, mesmo estando em um curso de Tecnologia em Informática.

Fui aluna da segunda turma da Fatec Jahu e naqueles tempos, tecnologia ainda era coisa cara e para poucos. Os laboratórios eram equipados com moderníssimos computadores 386 e para as aulas de sistema operacional, usávamos os barulhentos XT. Sim, os teclados daqueles computadores tinham teclas para ativar e desativar um som muito parecido com uma máquina de escrever....

O sistema de armazenamento principal era o disquete, CDs e DVDs nem passavam perto daqueles laboratórios de informática. Cada aluno tinha um disquete para gravar seus trabalhos e poderiam ser de 5 ¼” ou de 3 ½”, alcançando o absurdo de armazenarem 1.44 MB, no máximo. Será que alguém já sonhava com pen drives há 16 anos?

Quando comecei o curso, ainda usava-se o Windows 3.11 e só no final de 1995 a Microsoft lançou o Windows 95, um sistema operacional com interface gráfica que chegaria para revolucionar o uso dos computadores por pessoas que não eram especialistas em informática, de forma mais intuitiva.

Internet, então, nem se falava. Se um computador era caro, acessar a rede mundial poderia ser absurdo. Poucos provedores cobravam muito caro por acessos à internet, que era por meio de conexão discada e em cidades menores o custo de uma ligação interurbana era inevitável. Como as conexões eram ruins e lentas, baixar qualquer coisa poderia ser um sacrifício penoso. Tive minha primeira internet paga somente em 1998 e isso custava R$ 35,00 para 10 horas de uso mensais mais o custo do interurbano Mineiros do Tietê/Bauru.

O primeiro navegador não foi o famoso Internet Explorer; usávamos o falecido Netscape, que poderia ser instalado por meio de disquetes ou CDs que vinham em revistas de informática, com joguinhos Demo.... tempos depois a Microsoft teve a “excelente” ideia de colocar seu navegador nos computadores que tinham o Windows instalado, daí o negócio virou praga.

Por falar em pragas, até os vírus eram modestos e não tinham pretensões de roubar dados bancários ou atingir servidores. Eles apagavam certos arquivos ou atrapalhavam o andamento do serviço do usuário, derrubando caracteres ou simulando bolinhas de pingue-pongue. Os vírus de internet começaram a se espalhar a partir do ano 2000 e criar problemas muito mais sérios para empresas e usuários domésticos.

E se você viveu nessa época, deve ter tido seu primeiro email gratuito no Zipmail – negócio revolucionário lançado em 1998 e que dava ao usuário um armazenamento de mensagens de 1 MB (um pouco menos do que cabia em um disquete), depois vieram o BOL, Hotmail, Yahoo, Gmail e tantos outros que são usados até hoje, com capacidades superiores a 1GB.

Arquivos de músicas, filmes, jogos e fotos praticamente não existiam para download. Tempos depois foram criadas ferramentas para compartilhamento desses arquivos, mas não era fácil o uso com uma mera conexão discada, que nunca chegava à velocidade máxima do modem (o mais rápido era de 33.600 kbps e eu nunca vi passar de 27.700 kpbs.....).

Voltando para 2011, vejo como as coisas evoluíram de forma rápida e violenta. Estou em casa, no meu quarto, postando um artigo no meu blog, usando uma conexão via cabo, com velocidade de 10MBps, telefone desocupado. Ao clicar em publicar, esse texto estará disponível no blog, com link para redes sociais como Twitter e Facebook, que também podem ser acessadas via celulares.  Sinceramente, não sinto a menor saudade dos meus primeiros anos de faculdade..... Viva a tecnologia!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mania de brasileiro - "não vai dar em nada"

Brasileiro é um povo engraçado quando falamos a respeito de Leis. Além de passar muito tempo imaginando formas de bular a legislação vigente, ainda debocha das formas em que ela é aplicada na maioria das vezes.
Uma frase sempre ouvida é que algum processo judiciário “não deu em nada”, especialmente quando a pena aplicada não se refere à prisão do condenado. A maioria da população ignora que existem três tipos de penas no Brasil, de acordo com o Código Penal vigente: privativas de liberdade (a famosa prisão), restritivas de direito (que englobam prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade, à interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) e multa. Com essa breve explicação a respeito dos tipos de penas, podemos entender que a prisão não é a única forma de condenação de qualquer réu, não precisando ser encarcerado para pagar pelo seu crime.
Longe de querer abrir discussão sobre o sistema penal brasileiro – assunto do qual me confesso leiga, apesar de me declarar ex-concurseira e noiva de advogado – notamos a ignorância do nosso povo a respeito do assunto.
Semana passada a filha de uma amiga da minha mãe foi julgada em um processo da qual foi acusada de furto. Quando perguntei a respeito da audiência, a resposta de minha genitora foi “não deu nada, ela teve que pagar uma multa, mas não deu nada”. Imediatamente retruquei, pois se tinha dado tudo certo, por que o juiz fixaria o pagamento de uma multa? Sim, ela foi condenada a pagar multa de quase um salário mínimo, mas saiu do fórum toda feliz (“não deu em nada”), afinal não foi para a cadeia.
Outro caso, de um amigo que foi acusado de agressão depois de uma briga de trânsito também “não deu em nada”, apesar de ter sido condenado a prestação de serviços comunitários que acabou sendo transformada em pagamento de um salário mínimo para uma instituição que atende crianças carentes.
No final de Julho, li no blog do jornalista Geneton Moraes Neto, a experiência que ele teve em um processo que moveu contra um internauta que o caluniou usando o Twitter (matéria que vale muito a pena e pode ser acessada em http://g1.globo.com/platb/geneton) e lá ele faz um comentário muito pertinente a respeito da condenação recebida pelo réu: “A autoridade determinou que o autor da ofensa no Twitter prestasse vinte horas de serviço comunitário numa das instituições cadastradas no Quarto Juizado Especial Criminal – ou então fizesse um pagamento que, a bem da verdade, me pareceu simbólico: seiscentos reais. O dinheiro é recolhido pela Justiça e repassado a uma das instituições habilitadas para receber a ajuda. (...)Atenção, todos os carros; atenção, twitteiros, facebookeiros, blogueiros, orkuteiros: a tribuna da Internet é livre, mas, quando forem escrever, meçam as palavras, como fazem jornalistas responsáveis. Ou então tratem de ir preparando os cheques: as instituições de caridade cadastradas na Justiça vão agradecer penhoradamente a ajuda, ainda que forçada.”
No caso específico do Geneton, percebemos o conhecimento do autor entendendo que seu caluniador foi condenado e ele não ficou com aquela impressão do processo “não ter dado em nada”, apesar do valor da multa paga ser quase irrisório.
Com tantos exemplos, podemos concluir que aqui no Brasil não faltam leis (e formas) para punir os transgressores, mas sim conhecimento da população para saber quando ela está sendo corretamente aplicada.  Até quando os réus estarão aliviados, por terem que pagar apenas uma multa ou prestarem serviços à comunidade? A resposta é simples, até o dia em que sua consciência entender “sim, eu fui condenado”.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Vamos falar sobre homenagens

Na sexta-feira passada, ao receber a edição do “Sim News” (jornal semanário que é distribuído semanalmente em Araraquara), uma notícia me chamou à atenção – a praça que receberá o nome do meu falecido amigo e jornalista Álvaro Taniguti será inaugurada em agosto. Na hora eu pensei e cheguei a algumas conclusões muito particulares a respeito de homenagens póstumas.
Na matéria, que pode ser acessada pelo link http://www.simnews.com.br/exibe.php?id=20402, é dito que o valor do investimento na praça é de R$ 285 mil e que o espaço terá várias facilidades como ponto de ônibus, iluminação diferenciada, etc... Mas, será que se o Álvaro pudesse escolher, ele gostaria de ser homenageado dessa forma, virando nome de praça? Minha resposta é não.
Tive a oportunidade de ter a amizade dele por mais de 15 anos, desde o tempo em que ele era locutor da Rádio Morada do Sol FM e acredito que, se pudesse escolher, ele gostaria que esse dinheiro fosse aplicado em outras obras que beneficiassem mais a população na área de saúde e educação, por exemplo. Infelizmente sabemos que praças acabam ficando abandonadas em pouco tempo após a inauguração, param de ganhar manutenção, ficam sem segurança e acabam virando um problema enorme aos vizinhos da área. Sinceramente, espero que esse não seja o destino desse local que faz homenagem a uma grande pessoa que escolheu Araraquara para viver e morrer.
Aproveitando o assunto, gostaria de usar o espaço para refletir a respeito dessas homenagens póstumas. Muita gente morre e vira nome de alguma coisa, como ruas, escolas, rodovias, teatros, ginásios de esportes, etc, mas será que quem fica, conhece a fundo o motivo de esses personagens terem sido escolhidos? Alguém sabe por que a rua onde mora tem aquele nome? Vou confessar, eu não faço ideia de quem tenha sido o Sr José Ziliolli, que dá nome à avenida onde moro....
Apesar da ignorância de grande parte da população a respeito dos seus homenageados, algumas fazem todo sentido. Por exemplo, poucos sabem que a Biblioteca Municipal Mário de Andrade, aqui em Araraquara, tem o nome do escritor, pois ele doou os primeiros livros para a formação de seu acervo e pela especial relação que o escritor tinha pela cidade. (Se quiser saber mais sobre Mário de Andrade e Araraquara, vale a pena ver o documentário do qual participei e apresentei como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo “Redescobrindo Macunaíma” – disponível no Youtube em três partes.)
O piloto brasileiro Ayrton Senna virou nome de rodovia, que antigamente se chamava “Rodovia dos Trabalhadores”, pelo fato de ter falecido em um acidente no dia 1º de Maio de 1994, dia do Trabalho – bonita homenagem em uma terrível coincidência.
Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, agora é nome de aeroporto no Rio de Janeiro (que ainda pode ser chamado de Galeão) por causa do famoso “Samba do Avião”, onde o compositor exalta as belezas da cidade, vistas pela janela de um avião.
Mas a homenagem mais estranha que vi até hoje, aconteceu em Bocaina/SP, cidade onde morei de 1989 até 1995. Os moradores contam que o ex-prefeito Alfredo Sormani Junior não entendia a razão de seu nome ter sido dado a uma rodovia vicinal que liga o município a Bariri, uma vez que ainda estava vivo. Ironicamente, pouco tempo depois, o ex-prefeito sofreu um acidente automobilístico naquela vicinal e faleceu. Seria uma homenagem merecida, para um ex-prefeito querido de seus eleitores ou uma simples premonição? Infelizmente, essa pergunta eu nunca saberei responder.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Censurar o quê?

Por ter nascido no final dos anos de 1970 (1977 para ser mais exata), tive que conviver por um tempo com o final da Ditadura no Brasil e tenho algumas lembranças, que hoje em dia, são engraçadas e até surreais para os mais novos.

Por exemplo, quando ia começar qualquer programa na TV, era exibido um “certificado de censura”, literalmente um pedaço de papel no qual aparecia a faixa etária indicada para o público daquela exibição.  É mais ou menos como a classificação indicativa que aparecem nos programas de TV atualmente, mas com a autorização da Polícia Federal e Ministério da Justiça dizendo se era livre para todos os públicos ou censurado para menores de determinadas idades. E não pensem que naquele tempo tinha o intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para atender aos surdos e mudos, era só um papel e pronto. Tentei encontrar algum exemplar na internet, mas foi difícil. Para quem não conhece, segue uma cópia de certificado para cinema - para a televisão era igual - na exibição de “Dona Flor e seus dois maridos”.
modelo de certificado de censura - anos 1980

No rádio era comum encontramos músicas picotadas pela censura ou outras que nem chegavam aos ouvintes das emissoras. Na década de 1980 era difícil ouvir música dos Titãs no rádio, por causa dos palavrões ou pelo apelo “baderneiro” – quem ouvia a banda era da turma do fundão da sala de aula. Quando “Faroeste Caboclo” foi lançada, algumas rádios colocavam o famoso “piiiiiiii”, em dois trechos “não protejo general de 10 estrelas que fica atrás da mesa com o “piiiiiiiiiii” na mão” e “olha pra cá, filho da “piiiiiiiiiiii”, sem-vergonha”, outras rádios nem tocavam, já que a música tinha mais de 10 minutos e atrapalhava a programação.
No final dos anos de 1980, aos poucos, a sociedade se libertava do fantasma da censura e começava a arriscar algumas ousadias. Lembro da música do “Casseta e Planeta”, que na época nem tinham o humorístico na TV Globo, bradando “mãe é mãe, paca é paca, mulher é tudo vaca!”, um insulto transmitido nas rádios e programas de TV, vai entender, né?
Mas ainda assim, nem tudo continuava plenamente livre. Nos anos de 1993/1994 uma banda norte-americana chamada 20 Fingers apareceu nas rádios brasileiras com a canção “Don’t wanna a short dick man”, que acabou sendo cortada e seu refrão grotesco virou “Don’t wanna a short shor man”, ainda assim todo mundo entendeu o que a música queria falar e fez sucesso com o público adolescente da época.
Hoje em dia:
Chegando ao século XXI, sem censuras ou ditaduras (teoricamente), encontrei duas músicas que tiveram tratamentos diferentes em suas versões. Uma delas é “Me adora”, interpretada pela roqueira baiana Pitty onde ela canta em alto e bom som “Que você me adora / Que me acha foda / Não espere eu ir embora pra perceber...”. Peraí, ela disse “foda” e a música toca na rádio, tem clipe na MTV, Multishow, etc ????
A outra injustiçada é a cantora norte-americana Pink, em sua balada “Fucking perfect”, mutilada nas rádios - a palavra “fucking” é omitida, e com traduções adaptadas para “nada mais que perfeito” ou “perfeito pra caramba” ou mesmo sem tradução do título em alguns lugares.  
Que medidas usaram nesses dois casos já que “foda” e “fucking” são considerados palavrões em seus idiomas de origem?
Eu não sou puritana e nem estou criticando o uso de palavrões em produções como músicas ou filmes, apenas gostaria que tivessem o mesmo tratamento, pode ser? No cinema brasileiro é difícil assistir a um único filme sem que ninguém grite “porra”, “foda” ou “caralho” – mais palavrões. Ou você, caro leitor, conhece algum filme policial americano em que os personagens não usem “fuck” como adjetivo?
Apesar disso tudo, continuo ouvindo músicas com palavrões e indo ao cinema.
Viva a liberdade de expressão! 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cilada.com - boa pedida de filme na telona

No último final de semana tive a oportunidade de assistir ao filme brasileiro "Cilada.com" (2011 - direção de José Alvarenga Jr), uma versão para a telona da série, "Cilada", transmitida pelo canal Multishow. Confesso que desde minha entrada no mundo dos canais pagos, me surpreendi com o nível das produções dos seriados do Multishow e fiquei mais satisfeita ainda com o resultado da adaptação para o cinema.

Mesmo para quem ainda tem preconceitos a respeito da nossa produção cinematográfica nacional, vale a pena a ida em uma sala de cinema mais próxima. Tudo bem, eu ainda vejo alguns exageros nas produções brasileiras, especialmente quando o assunto é sexo - uma herança da época da pornochanchada - mas ainda assim, a qualidade evoluiu muito. (Tá bom, eu também achei a cena em que o Sérgio Loroza aparece nú desnecessária)....

Em "Cilada.com", o personagem de Bruno Mazeo tem um vídeo de uma transa com a namorada publicado na internet após uma briga e a partir daí ele faz de tudo para recuperar sua imagem. Uma comédia romântica que faz rir até o mais mau-humorado dos espectadores. Tudo bem que o final não tem nada de surpreendente, mas a história é boa e dá vontade de ficar no cinema até o final da sessão.

Para quem ainda não se convenceu, pode dar uma olhada no site oficial do filme e conferir o trailler em http://www.ciladaofilme.com.br/site.html . Se na sua cidade não tiver cinema, vale a pena esperar pelo DVD na locadora mais próxima. Bom filme!

foto site oficial

terça-feira, 5 de julho de 2011

coisas para fazer antes de morrer - parte II

2 - conhecer o Rio de Janeiro
Apesar de tantas notícias negativas a respeito, como bueiros que explodem e turistas que morrem em situações estranhas, ainda assim, eu recomendo essa viagem. Estive na Cidade Maravilhosa por duas vezes e não tenho nada o que reclamar.

Tudo bem, confesso que no começo tinha receio de ir ao Rio de Janeiro, na verdade tinha medo mesmo. Infelizmente o noticiário é cruel com o povo carioca, mostrando apenas o que acontece de ruim por lá, inclusive dando muito destaque para a violência urbana.

Enfim, ano passado estive lá no Carnaval e conheci uma cidade que respirava festa e alegria. Não imaginava que o Carnaval fosse capaz de tomar toda a cidade, achava que isso acontecia só na Sapucaí, ignorando a força dos blocos de rua.

Além disso, a cidade é um cartão postal ambulante, onde você olha se depara com belas paisagens... pode pegar a máquina fotográfica e apontar para qualquer lugar, que o resultado será sempre fantástico.
vista de Ipanema

Além disso, a cidade oferece muitos passeios. Claro que para quem tem medo de altura, o bondinho do Pão de Açúcar deve ficar longe dos seus planos, mas ainda assim, dá para fazer a tradicional visita ao Cristo Redentor, usando as vans aos invés do trenzinho. Com o metrô e ônibus é possível ir de um bairro ao outro sem problemas e conhecer outras paisagens. Por falar em ônibus, vi de passagem o famoso 175 da música do Gabriel, o pensador.

Em Ipanema é possível conhecer o Mirante da Paz, com vista privilegiada para uma paisagem incrível. ele fica na estação do Metrô e o acesso é feito por elevador panorâmico, que também dá acesso ao Morro do Cantagalo / Pavão Pavãozinho.

Cristo Redentor visto do Mirante da Paz

Obrigatório para qualquer turista é conhecer as pedras do Arpoador, cantadas por Cazuza, em "Faz parte do meu show", a sensação é indescritível!!!!

Arpoador


Antes de terminar, só um detalhe. O Rio de Janeiro não é aquilo que se vê nas novelas da Globo. Por exemplo, o point gay da cidade fica em Ipanema e não em Copacabana num quiosque de cachorro quente, e, sinceramente, não vi qualquer sinal de violência ou homofobia por lá..... coisas de novela.





quinta-feira, 30 de junho de 2011

coisas para fazer antes de morrer - parte I

Desde criança ouvia falar que uma pessoa antes de morrer deveria fazer três coisas: escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho. Sinceramente, acho difícil quem consegue passar pela vida e fazer tudo isso, sempre vai faltar alguma coisa. No meu caso, posso dizer que a única tarefa que completei com sucesso foi ajudar a plantar algumas árvores, que não sei se sobreviveram por muito tempo depois....

Nos últimos anos viraram moda publicações do tipo "lugares para conhecer antes de morrer", "livros para ler antes de morres", "discos para ouvir antes de morrer", etc.... outro dia, na Livraria Nobel aqui em Araraquara, encontrei um livro curioso com o título "1.001 discos para ouvir antes de morrer". Apesar de respeitar a obra literária, penso que seria humanamente impossível conseguir atingir esse tipo de meta. Imaginando de maneira bem simplória, um disco (ou CD) tem em média uma hora e meia de duração, o que seriam mais de 1.300 horas de música no mínimo... nos dias de hoje, acredito que poucas pessoas conseguiriam ouvir tanto tempo de música, tendo que trabalhar, estudar, enfim, cuidar da vida.

Por isso, resolvi simplicar minha lista de coisas para fazer e uma delas, vou compartilhar agora:

1 - ir ao estádio assistir o jogo do seu time de coração

Não importa se você é Corinthiano como eu, Palmeirense como meu noivo e minha irmã, São Paulino como meu pai, Afeano como muitos que conheço ou se torce para o ASA de Arapiraca... é obrigatório que você vá, pelo menos uma vez na vida, assistir uma partida de futebol do seu time do coração em um estádio.

Recentemente o Corinthians veio jogar aqui em Araraquara pelo Campeonato Brasileiro e eu estive lá. Confesso que foi uma das experiências mais positivas da minha vida, vendo aquelas pessoas reunidas por uma paixão comum, o barulho das torcidas e muita alegria. No começo confesso ter tido receio de ir até um jogo de futebol, com uma das maiores torcidas do Brasil, medo de confusão, violência, brigas...  mas se soubesse que era tão bom teria ido antes e mais vezes.

Se você nunca experimentou essa sensação, poderá compartilhar um pouco disso assistindo o vídeo que fiz naquela tarde. É um panorama do estádio da Fonte Luminosa, logo que os times entraram em campo. Divirta-se, é rapidinho:

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Música pra quê?

Sempre fui fã da música de rádio FM, mas depois que a Rádio Cultura de Araraquara foi transformada em emissora 100% sertaneja, confesso que tive dificuldades em encontrar outra que atendesse minhas expectativas. Acredito que gosto não se discute, mas eu nunca admirei esse pseudo-sertanejo que insiste em entrar em nossos ouvidos, então prefiro deixar de ouvir a discutir minhas preferências.

Na procura de outra rádio, acabei parando na Jovem Pan e dia desses me surpreendi ouvindo uma música da Jennifer Lopes, chamada “On the floor”. Achei meio estranho, pois sabia que já fazia muito tempo que ela não lançava uma música inédita, mas mais que isso, um som familiar me chamou a atenção naquela música de balada. Era um “lá-lá-lá”, anos 90 que eu conhecia muito bem da minha adolescência..... se quiser conferir, é clicar aqui: http://www.youtube.com/watch?v=t4H_Zoh7G5A

Continuei ouvindo e descobri que aquela música tinha uma participação brasileiríssima de um ritmo mais brasileiro ainda, a lambada. Sim, J.Lo colocou em sua música um trecho de “Lambada”, da Banda Kaoma, em que no “lá-lá-lá”, você até pode cantar junto: “chorando se foi, quem um dia só me fez chorar...”. Por acaso, se hoje você tem mais de 30 anos, com certeza balançou o esqueleto tentando dançar aquela música que marcou o início dos anos de 1990.

Eu sempre gostei de boa música, não importando a classificação que se dê formalmente ao ritmo. Não ligo se acham brega, tem que ser boa... a canção “On the floor”, por exemplo, não é nenhuma obra-prima, mas foi buscar na nossa brasilidade um recurso para marcar a volta de uma cantora que estava um tanto esquecida nas rádios. Além disso, mexe com nossos sentimentos mais nacionalistas, sabendo que aqueles acordes que um dia conquistaram o mundo voltaram à vida.

Por falar nisso, não foi só ela que se inspirou em músicas antigas e que voltaram em novas roupagens. Basta ouvir Lady Gaga em “Born this way”  e encontrar “Express yourself” da Madonna, um hit dos anos 80 ou mesmo Black Eyed Peas, com “The time”, ressuscitando o tema do filme “Dirty Dancing” em uma versão mais que moderninha. Agora fica a dúvida, são homenagens ao que era realmente bom ou pura falta de criatividade?