quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que, Renato????

11 de outubro de 1996, horário de almoço, o telefone toca na casa dos meus avós em Mineiros do Tietê/SP, onde eu morava desde julho do ano anterior. Era o dia do meu aniversário de 19 anos e era o segundo longe de casa, desde que eu havia iniciado o curso de Tecnologia em Informática. Do outro lado da linha minha mãe me cumprimentava por mais um ano de vida e em seguida, minha irmã pega o telefone e logo dispara: “Você viu quem morreu? Renato Russo...”

Depois da notícia, não me lembro de muita coisa, nem se ela me deu os parabéns pelo aniversário. Parecia que um buraco havia sido aberto embaixo dos meus pés... Quem me conhece sabe que a Legião Urbana sempre foi a minha banda favorita e a morte de Renato Russo no dia do meu aniversário, ainda soa como algo inexplicável.

Quando conheci meu noivo e disse sobre minha data de nascimento, a indagação veio rápida: “Você faz aniversário no mesmo dia em que Renato Russo morreu?”.

Por que, Renato? Por que Renato Russo resolveu deixar este mundo bem no dia do meu aniversário?

São passados 15 anos desde aquele telefonema e todo ano é sempre a mesma coisa, o mesmo vazio. Daria para cancelar meu aniversário? Daria para esquecer que mais um ano se passou? Impossível....

No domingo a MTV exibiu especiais em comemoração. Além do show acústico, algumas entrevistas e clipes foram capazes de me levar para longe.

Cresci ouvindo Legião, fui criança e adolescente que adorava aquelas letras tão especiais. Nunca um letrista conseguiu ir tão longe atingindo o coração das pessoas, cantando a vida vivida de forma tão plena, tão sofrida, tão real. O som dos caras era bom, mas não era nada de outro mundo. Como Renato disse na gravação do acústico, era possível “tocar 53 sucessos com apenas 3 acordes” – a simplicidade fazia a diferença.

Nunca tive um vinil da banda, comecei minha coleção de CD’s com “A Tempestade”, ouvido à exaustão naquele final de 1996. A tristeza daquelas músicas tinha tudo a ver com o meu momento longe de casa e com tantas dificuldades enfrentadas na época. Lembro de ter ficado doente e igual à música “A Via Láctea”, com uma febre que não passava....

Vieram outros lançamentos póstumos, que eu também comprei, assim como os discos anteriores remasterizados em CD. Tinha também o livro “O Trovador solitário”, que desapareceu misteriosamente de casa.

Já na faculdade de comunicação, na disciplina de Rádiojornalismo (2004), consegui convencer meu grupo a fazer um programa especial sobre a Legião Urbana, com direito à gravação de uma banda cover, mas por motivos inexplicáveis, o pessoal que cuidava da parte técnica das aulas fez esse material desaparecer, sem direito a cópia de segurança ou coisa parecida.

A morte de Renato decretou o fim da banda, mas como já disse em outra postagem, as canções são eternas. Gostaria que meus filhos – se um dia puder tê-los – conhecessem o que havia de bom na música brasileira. Vou continuar guardando meus CD’s para que alguém possa herdá-los e descobrir o que é bom, o que são canções para o coração e a alma.

O fato é que daqui um ano farei a pergunta novamente e assim será até o fim da minha vida: “Por que, Renato?”

Força sempre!

Um comentário:

  1. Confesso que ainda não aprendi a dar notícias assim... Me perdoa? beijos!!!

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