Se você leu ou ouviu os
noticiários nas últimas semanas, deve saber que nossos vizinhos argentinos
estão passando por uma séria crise econômica. Greves, protestos e população
descontente com o governo mostram um quadro que conhecíamos bem há algumas
décadas.
Com a economia brasileira
estabilizada, somos tentados a gastar nossos reais com viagens e outras coisas
que não faríamos em outros tempos. Apesar da crise instalada em nosso vizinho
portenho, muitos brasileiros são tentados a viajar para a Argentina e tirar
algum proveito daquela economia problemática.
Obelisco (Buenos Aires) |
“Tudo na Argentina é barato,
desde os táxis até as roupas de couro”, repetia como um mantra a funcionária da
agência de viagens que nos vendeu o pacote para Buenos Aires, onde eu e meu
marido passamos a lua de mel. O preço era tentador e bem mais barato que viajar
pelo Brasil, além do mais tinha o clima ideal para recém-casados.
A cidade de Buenos Aires é
maravilhosa, o clima é ameno, as pessoas educadas e bem vestidas, muitas opções
de diversão e seria perfeita se não fosse tudo tão caro ali. Com a inflação e
disparidade da cotação entre o peso e outras moedas, como o Real e o Dólar, aos
poucos, a Argentina deixará de ser uma boa opção de passeio para os
brasileiros.
Uma visita ao histórico Teatro
Colón custa, para estrangeiros, 110 pesos argentinos por pessoa - aproximadamente
R$ 55 – já para o público local, o valor da entrada é de apenas 30 pesos. Uma
lata de refrigerante em qualquer restaurante ou café argentino não sai por
menos de 20 pesos ou R$ 10 em moeda brasileira. Nem no Rio de Janeiro, em pleno
Carnaval, um refrigerante custaria tão caro.
As famosas jaquetas de couro
argentino podem ser encontradas por valores que variam entre 800 e 2000 pesos!
Assistir a qualquer show de tango, com direito ao jantar e bebidas, não sai por
menos de 380 pesos por pessoa, na opção mais barata oferecida pela agência de
viagens (as mais caras custam até 600 pesos por pessoa). Obviamente, se o
turista quiser economizar, também é possível – basta fugir dos passeios
sugeridos pelo hotel ou agenciadores e procurar opções alternativas. Os táxis
também não são baratos como antigamente, o preço é bem parecido com o que temos
no Brasil; apesar de não ter uma rede de metrô que atenda toda capital, esse
meio de transporte pode ser uma alternativa econômica e viável.
Protesto (panelaço) na Praça de Maio - 13/09/2012 |
Por tudo isso, eu pude, em plena lua
de mel acompanhar a mais famosa forma de protesto dos hermanos – o “panelaço”. Cartazes fixados em todos os lugares
convidavam as pessoas para protestarem. Na noite de 13 de setembro de 2012,
milhares de argentinos atenderam o chamado e invadiram diversos pontos da
cidade (Obelisco e Praça de Maio, por exemplo) com palavras de ordem e indignação.
Infelizmente, parece que as coisas estão ficando piores por lá e novas
manifestações continuam acontecendo. Quem irá chorar por ti, Argentina, minha
cara?
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