quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Argentina, minha "cara"!


Se você leu ou ouviu os noticiários nas últimas semanas, deve saber que nossos vizinhos argentinos estão passando por uma séria crise econômica. Greves, protestos e população descontente com o governo mostram um quadro que conhecíamos bem há algumas décadas.

Com a economia brasileira estabilizada, somos tentados a gastar nossos reais com viagens e outras coisas que não faríamos em outros tempos. Apesar da crise instalada em nosso vizinho portenho, muitos brasileiros são tentados a viajar para a Argentina e tirar algum proveito daquela economia problemática.

Obelisco (Buenos Aires)
“Tudo na Argentina é barato, desde os táxis até as roupas de couro”, repetia como um mantra a funcionária da agência de viagens que nos vendeu o pacote para Buenos Aires, onde eu e meu marido passamos a lua de mel. O preço era tentador e bem mais barato que viajar pelo Brasil, além do mais tinha o clima ideal para recém-casados.

A cidade de Buenos Aires é maravilhosa, o clima é ameno, as pessoas educadas e bem vestidas, muitas opções de diversão e seria perfeita se não fosse tudo tão caro ali. Com a inflação e disparidade da cotação entre o peso e outras moedas, como o Real e o Dólar, aos poucos, a Argentina deixará de ser uma boa opção de passeio para os brasileiros.

Uma visita ao histórico Teatro Colón custa, para estrangeiros, 110 pesos argentinos por pessoa - aproximadamente R$ 55 – já para o público local, o valor da entrada é de apenas 30 pesos. Uma lata de refrigerante em qualquer restaurante ou café argentino não sai por menos de 20 pesos ou R$ 10 em moeda brasileira. Nem no Rio de Janeiro, em pleno Carnaval, um refrigerante custaria tão caro.

As famosas jaquetas de couro argentino podem ser encontradas por valores que variam entre 800 e 2000 pesos! Assistir a qualquer show de tango, com direito ao jantar e bebidas, não sai por menos de 380 pesos por pessoa, na opção mais barata oferecida pela agência de viagens (as mais caras custam até 600 pesos por pessoa). Obviamente, se o turista quiser economizar, também é possível – basta fugir dos passeios sugeridos pelo hotel ou agenciadores e procurar opções alternativas. Os táxis também não são baratos como antigamente, o preço é bem parecido com o que temos no Brasil; apesar de não ter uma rede de metrô que atenda toda capital, esse meio de transporte pode ser uma alternativa econômica e viável.
Protesto (panelaço) na Praça de Maio - 13/09/2012

Por tudo isso, eu pude, em plena lua de mel acompanhar a mais famosa forma de protesto dos hermanos – o “panelaço”. Cartazes fixados em todos os lugares convidavam as pessoas para protestarem. Na noite de 13 de setembro de 2012, milhares de argentinos atenderam o chamado e invadiram diversos pontos da cidade (Obelisco e Praça de Maio, por exemplo) com palavras de ordem e indignação. Infelizmente, parece que as coisas estão ficando piores por lá e novas manifestações continuam acontecendo. Quem irá chorar por ti, Argentina, minha cara?

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