terça-feira, 16 de agosto de 2011

Breve viagem tecnológica

Ontem vi uma reportagem sobre o aumento na venda de computadores no Brasil e, de repente, voltei no tempo, mais exatamente para 1995 quando ingressei no curso superior de Tecnologia em Informática. Lembrei que naqueles tempos, computador era quase um artigo de luxo, mesmo estando em um curso de Tecnologia em Informática.

Fui aluna da segunda turma da Fatec Jahu e naqueles tempos, tecnologia ainda era coisa cara e para poucos. Os laboratórios eram equipados com moderníssimos computadores 386 e para as aulas de sistema operacional, usávamos os barulhentos XT. Sim, os teclados daqueles computadores tinham teclas para ativar e desativar um som muito parecido com uma máquina de escrever....

O sistema de armazenamento principal era o disquete, CDs e DVDs nem passavam perto daqueles laboratórios de informática. Cada aluno tinha um disquete para gravar seus trabalhos e poderiam ser de 5 ¼” ou de 3 ½”, alcançando o absurdo de armazenarem 1.44 MB, no máximo. Será que alguém já sonhava com pen drives há 16 anos?

Quando comecei o curso, ainda usava-se o Windows 3.11 e só no final de 1995 a Microsoft lançou o Windows 95, um sistema operacional com interface gráfica que chegaria para revolucionar o uso dos computadores por pessoas que não eram especialistas em informática, de forma mais intuitiva.

Internet, então, nem se falava. Se um computador era caro, acessar a rede mundial poderia ser absurdo. Poucos provedores cobravam muito caro por acessos à internet, que era por meio de conexão discada e em cidades menores o custo de uma ligação interurbana era inevitável. Como as conexões eram ruins e lentas, baixar qualquer coisa poderia ser um sacrifício penoso. Tive minha primeira internet paga somente em 1998 e isso custava R$ 35,00 para 10 horas de uso mensais mais o custo do interurbano Mineiros do Tietê/Bauru.

O primeiro navegador não foi o famoso Internet Explorer; usávamos o falecido Netscape, que poderia ser instalado por meio de disquetes ou CDs que vinham em revistas de informática, com joguinhos Demo.... tempos depois a Microsoft teve a “excelente” ideia de colocar seu navegador nos computadores que tinham o Windows instalado, daí o negócio virou praga.

Por falar em pragas, até os vírus eram modestos e não tinham pretensões de roubar dados bancários ou atingir servidores. Eles apagavam certos arquivos ou atrapalhavam o andamento do serviço do usuário, derrubando caracteres ou simulando bolinhas de pingue-pongue. Os vírus de internet começaram a se espalhar a partir do ano 2000 e criar problemas muito mais sérios para empresas e usuários domésticos.

E se você viveu nessa época, deve ter tido seu primeiro email gratuito no Zipmail – negócio revolucionário lançado em 1998 e que dava ao usuário um armazenamento de mensagens de 1 MB (um pouco menos do que cabia em um disquete), depois vieram o BOL, Hotmail, Yahoo, Gmail e tantos outros que são usados até hoje, com capacidades superiores a 1GB.

Arquivos de músicas, filmes, jogos e fotos praticamente não existiam para download. Tempos depois foram criadas ferramentas para compartilhamento desses arquivos, mas não era fácil o uso com uma mera conexão discada, que nunca chegava à velocidade máxima do modem (o mais rápido era de 33.600 kbps e eu nunca vi passar de 27.700 kpbs.....).

Voltando para 2011, vejo como as coisas evoluíram de forma rápida e violenta. Estou em casa, no meu quarto, postando um artigo no meu blog, usando uma conexão via cabo, com velocidade de 10MBps, telefone desocupado. Ao clicar em publicar, esse texto estará disponível no blog, com link para redes sociais como Twitter e Facebook, que também podem ser acessadas via celulares.  Sinceramente, não sinto a menor saudade dos meus primeiros anos de faculdade..... Viva a tecnologia!

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